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Onda de Calor nas Comunidades Urbanas: Por que Faz Mais Calor nas Favelas?

 


Ilustração favela

Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado ondas de calor cada vez mais intensas e frequentes. Em 2025, esse fenômeno extremo passou a impactar diretamente a vida nas grandes cidades, especialmente nas áreas mais vulneráveis como comunidades e favelas urbanas.

Enquanto bairros arborizados contam com infraestrutura para amenizar os efeitos das altas temperaturas, os moradores das periferias sofrem com uma sensação térmica muito superior à registrada nos centros mais ricos. Recentemente, por exemplo, moradores da Maré, no Rio de Janeiro, relataram sensação térmica acima dos 60ºC, um valor alarmante quando comparado aos cerca de 40ºC registrados em regiões mais nobres da cidade.

🔥 Por que o calor é mais intenso nas favelas?

O fenômeno é conhecido como "ilha de calor urbana". Ele ocorre quando há uma concentração de concreto, asfalto e construções que retêm calor durante o dia e o liberam lentamente à noite, impedindo o resfriamento natural do ambiente. Esse efeito é ainda mais forte nas comunidades devido a fatores como:

  • Baixa arborização: a falta de árvores reduz a sombra e a umidade do ar, agravando o calor.

  • Telhados de zinco ou amianto: materiais que absorvem e retêm o calor solar de forma intensa.

  • Casas muito próximas umas das outras: limitando a ventilação natural.

  • Alta densidade populacional: o acúmulo de pessoas e eletrodomésticos em pequenos espaços contribui para o aquecimento interno.

  • Acesso precário a saneamento e água: dificultando a hidratação e o conforto térmico da população.

🧠 Impactos na saúde e na qualidade de vida

As consequências do calor extremo vão muito além do desconforto. Elas afetam diretamente a saúde pública e a qualidade de vida, especialmente de grupos mais vulneráveis como idosos, crianças, gestantes e pessoas com doenças crônicas.

Entre os impactos mais preocupantes estão:

  • Desidratação e exaustão térmica;

  • Agravamento de doenças cardiovasculares e respiratórias;

  • Interrupção do sono, queda na produtividade e no rendimento escolar;

  • Aumento do uso de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado, elevando o consumo de energia;

  • Efeito cascata sobre a desigualdade social, já que os mais pobres sofrem mais e têm menos acesso a meios de mitigação.

🌱 Soluções possíveis e ações urgentes

Apesar da gravidade do cenário, existem medidas viáveis para reduzir o impacto do calor nas comunidades. Muitas delas são acessíveis e podem ser implementadas com apoio do poder público e participação da população:

  • Criação de áreas verdes urbanas e corredores ecológicos;

  • Incentivo a telhados verdes ou pinturas claras e reflexivas em telhados e fachadas;

  • Instalação de bebedouros públicos e pontos de hidratação em locais estratégicos;

  • Projetos de moradia com ventilação cruzada e materiais mais sustentáveis;

  • Campanhas educativas sobre cuidados no calor e prevenção de doenças;

  • Participação ativa das comunidades na transformação do espaço urbano.

📊 Muito além do clima: uma questão social

A desigualdade no impacto das ondas de calor revela uma crise urbana e ambiental. As mudanças climáticas são globais, mas seus efeitos são desiguais — e atingem mais severamente quem já vive em situação de vulnerabilidade.

A luta contra o aquecimento global não pode ignorar as favelas, as periferias e os bairros mais pobres. É nessas regiões que o calor se torna insuportável — e até letal — por falta de infraestrutura, investimento e políticas públicas direcionadas.

💡 Conclusão

O aumento das ondas de calor é um dos muitos sinais de que o planeta está mudando — e precisamos mudar com ele. Urbanizar com justiça climática, pensar em soluções sustentáveis e incluir as comunidades na construção de cidades mais humanas é um passo essencial para o futuro.

Cuidar de quem mais sofre com o calor é cuidar da dignidade, da saúde e do nosso planeta.

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