Quando o mundo “vai esfriar”? Trump, Musk e o debate sobre as mudanças climáticas
Por Blog Curiosamente — Publicado em 22/10/2025
Em meio às ondas de calor recorde, incêndios florestais gigantescos, furacões e derretimento de geleiras, o debate sobre o futuro climático da Terra ganhou contornos de urgência — e também de polarização. Por um lado, há o consenso científico de que o planeta aqueceu e continua a aquecer, fruto da ação humana combinada com variabilidade natural. Por outro, vozes influentes como Donald Trump e Elon Musk questionaram essa narrativa, levantando alternativas como “vai começar a esfriar” ou “há outros problemas mais urgentes”. Neste artigo, exploramos essas declarações, o contexto em que surgiram e o que dizem os cientistas sobre elas.
>Donald Trump durante seu mandato em 2020. Foto: Wikimedia Commons<1. Donald Trump e a polêmica do “vai começar a esfriar”
No dia 14 de setembro de 2020, durante uma sessão de briefing sobre os incêndios florestais que devastavam a Califórnia, Donald Trump proferiu uma frase que chamou a atenção do mundo: “It’ll start getting cooler. You just watch.” — “Vai começar a esfriar, você vai ver”.
O contexto era emblemático: os EUA enfrentavam secas históricas e incêndios descontrolados. Enquanto cientistas alertavam para o agravamento das mudanças climáticas, o então presidente dos EUA minimizava a crise. A frase foi recebida com espanto e ironia pela comunidade científica, que reafirmou que o planeta continua aquecendo e que os dados climáticos não sustentavam tal afirmação.
Trump também argumentou que a expressão “aquecimento global” havia sido substituída por “mudança climática” porque, segundo ele, “assim serve para qualquer coisa: se ficar mais quente ou mais frio, chamam de mudança climática”. Essa visão, embora politicamente conveniente, ignora décadas de pesquisa científica sólida e dados empíricos sobre o aumento da temperatura média global.
2. Elon Musk e a mudança de foco em 2022
Elon Musk em conferência sobre inovação em 2015. Foto: Wikimedia Commons
Dois anos depois, em 2022, o empresário Elon Musk também gerou debate ao relativizar o tema. Embora defenda veículos elétricos e energia limpa com suas empresas Tesla e SpaceX, Musk afirmou que o maior risco para a civilização seria o declínio da taxa de natalidade — não o aquecimento global. “Population collapse due to low birth rates is a much bigger risk to civilization than global warming. Mark these words.”
Em entrevistas, Musk acrescentou que, embora o aquecimento global seja real, “a sociedade deveria se preocupar também com a sustentabilidade populacional e energética”. Ele chegou a dizer que “sem petróleo e gás neste momento, a civilização colapsaria”.
As declarações de Musk, diferente do ceticismo de Trump, não negam o aquecimento, mas deslocam o foco para outros riscos. Isso reflete uma visão tecnológica e pragmática: para ele, a inovação pode resolver o problema climático de forma indireta — com energia limpa, veículos elétricos e colonização espacial.
3. O que diz a ciência?
O consenso científico atual é claro: o planeta está aquecendo. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a temperatura média global já subiu cerca de 1,2 °C desde a era pré-industrial, e as próximas décadas podem ultrapassar 1,5 °C se nada for feito.
A teoria de que o planeta estaria “esfriando” se baseia em interpretações incorretas de ciclos solares ou eventos naturais como La Niña, que provocam resfriamentos temporários. Mas nenhum desses fenômenos inverte a tendência geral de aquecimento observada desde o século XX.
4. Política, mídia e impacto social
Quando figuras influentes como Trump e Musk comentam sobre o clima, suas palavras moldam percepções públicas. O ceticismo político pode atrasar políticas ambientais, enquanto o discurso tecnológico pode incentivar soluções de mercado sem enfrentar as causas estruturais do problema.
Essas falas também expõem um fenômeno moderno: a disputa entre ciência e narrativa. Enquanto a maioria dos climatologistas alerta para urgência, parte do público busca refúgio em explicações simplificadas — ou mais convenientes economicamente.
5. O que esperar do futuro
Apesar de opiniões divergentes, uma coisa é certa: o clima da Terra está mudando rapidamente. Tempestades mais intensas, secas prolongadas e migrações climáticas já estão em curso. A pergunta não é mais “se”, mas “como” o mundo vai reagir.
Elon Musk aposta em tecnologia. Donald Trump apostou em ceticismo. Mas o que realmente fará diferença é a ação conjunta entre governos, empresas e cidadãos comuns — reduzindo emissões e adotando estilos de vida mais sustentáveis.
6. Conclusão
As falas de Trump e Musk mostram como o debate climático vai muito além da ciência: envolve política, economia e percepção pública. Negar ou relativizar o problema não o fará desaparecer. Pelo contrário, pode adiar decisões que determinarão o futuro das próximas gerações.
💬 E você, o que pensa?
As falas de Donald Trump e Elon Musk mudam sua visão sobre o clima? deixe sua opinião nos comentários e compartilhe este artigo com alguém que também se interessa pelo futuro do planeta!



Participar da conversa